imagem de oito indígenas reunidos em meio à natureza

ATL 2025 reforça o papel indígena na proteção da vida e da natureza

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O ATL 2025 reunirá lideranças indígenas de diversos países para debater a defesa dos territórios, a biodiversidade e a crise climática.

O Acampamento Terra Livre (ATL) 2025 se apresenta como um marco de resistência e articulação dos povos indígenas, consolidando sua relevância nas discussões globais sobre clima e biodiversidade. Organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que celebra 20 anos de luta, o evento reunirá lideranças indígenas de toda a Bacia Amazônica, bem como representantes do Canadá, ilhas do Pacífico e Austrália.

O encontro não apenas reforça o protagonismo dos povos originários nas questões ambientais, mas também se alinha às pautas que serão discutidas na COP30, em Belém, e na COP31, na Austrália. Para nós, apoiar a causa indígena não é apenas uma questão de solidariedade, mas uma estratégia essencial para a própria efetividade de sua missão. Um estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" em 2020, constatou que territórios indígenas preservam até três vezes mais biodiversidade que unidades de conservação convencionais.

Nós reconhecemos que qualquer abordagem verdadeiramente eficaz para a proteção animal precisa incorporar a sabedoria e o protagonismo dos povos originários. Em um mundo onde abordagens ocidentais fragmentadas à conservação frequentemente falham, a cosmovisão indígena oferece um paradigma alternativo onde humanos e animais são parte de uma rede interdependente de vida.

Negligenciar os direitos territoriais indígenas significa, na prática, condenar milhares de espécies animais à extinção - um luxo que nenhuma organização de proteção animal pode se dar em tempos de crise climática acelerada. De acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, a COIAB, os povos indígenas são os verdadeiros guardiões da biodiversidade da Amazônia há milênios.

Nossa relação com o território não separa humanos de animais - somos parte do mesmo território. Quando lutamos pela demarcação e proteção de nossos lares, estamos também lutando pela sobrevivência de milhares de espécies animais que encontram refúgio em nossas florestas.

No ATL 2025, reafirmamos que a resposta para a crise climática e a proteção da vida em todas as suas formas está no reconhecimento e valorização dos conhecimentos ancestrais indígenas. A resposta somos nós. Nenhuma política de conservação será verdadeiramente eficaz sem o protagonismo dos povos indígenas.

Ajude a proteger a vida silvestre

Dentre as muitas frentes de atuação, destaca-se a convergência entre a luta indígena e a proteção animal, uma agenda que tem pautas defendidas e apoiadas por nós, da Proteção Animal Mundial. A relação entre essas pautas se manifesta de maneira evidente em quatro aspectos principais:

Guardiões da biodiversidade

Os territórios indígenas são reconhecidos como verdadeiros refúgios para a fauna silvestre, abrigando diversas espécies ameaçadas e apresentando índices de desmatamento significativamente menores que outras áreas. Como destacado na frase "não há proteção animal efetiva sem o respeito aos territórios tradicionais e seus guardiões originários".

Conhecimentos ancestrais e bem-estar animal

Os saberes tradicionais dos povos indígenas incorporam práticas que respeitam os ciclos naturais e garantem um maior equilíbrio ecológico. Os povos indígenas têm na sua cosmovisão uma forma de visão não especista, tornando-os os grandes especialistas na proteção animal. 

Frente comum contra o agronegócio predatório

A expansão do agronegócio intensivo impacta tanto os territórios indígenas quanto o bem-estar animal. O modelo atual de produção agropecuária impulsiona o desmatamento e gera sofrimento para bilhões de animais. No dia 10 de abril, durante a marcha "A Resposta Somos Nós", ativistas da World Animal Protection se juntarão às lideranças indígenas para denunciar esses impactos.

Alternativas sustentáveis de produção 

O manejo tradicional de recursos naturais e a agricultura praticada pelos povos indígenas são exemplos viáveis para modelos sustentáveis de produção. Essas práticas garantem um menor impacto ambiental e promovem maior bem-estar animal.

Diante de uma crise ambiental e climática cada vez mais severa, o ATL 2025 emerge como um espaço essencial para fortalecer alianças e construir soluções conjuntas. A integração entre os povos indígenas e a defesa dos animais reforça a urgência de um compromisso coletivo em prol da vida em todas as suas formas.

imagem de uma onça pintada caminhando na natureza

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